domingo, 29 de novembro de 2009

BONECA DE PORCELANA





Sua beleza tem traços delicados
imóvel,parada,tantas vezes esquecida
Seu olhar para o nada esta focado

Tem a pele branca e fria
seu vestido empoeirado
não sabe o que é tristeza ou alegria

Está sempre indiferente
com sua pose luxuosa
já não te admiram o olhar descrente
mas sua beleza é virtuosa

Somos iguais oh bela adormecida
ninguém se importa com a sua presença
inotavel,ignorada e desapercebida

Boneca de porcelana
na estante abandonada
Seu sorriso congelado,parado as vezes engana
Uma falsa alegria por um artesão foi em ti colocada
Adornada
para uma festa que nunca vai chegar
seu único objetivo é enfeitar um lar
de aparência tão falsa e fria
quanto você,seu sorriso e sua falsa alegria
Boneca de porcelana

Seu destino é um baú empoeirado
cheio de memórias e lembranças esquecidas
Que como um lixo em um canto é jogado
assim sara conosco minha querida
fria e delicada
boneca de porcelana

sábado, 28 de novembro de 2009

Devorador de pecados


Devorador de pecados
que se aproveita das minha fraquezas
e se alimenta dos meus fracassos

O meu ódio é que te mantém vivo
e os meus desejos te põe de pé
nem quando durmo eu tenho alivio

Devorador de pecados
que se esconde ileso nas rupturas obscuras do meu coração
Que me deixa confuso,perdido e sem reação
e nas tardes ensolaradas me tem castigado

Ainda que o sol me atormente e queime meu corpo
não aqueceria o frio interno desse meu ser apático e morno
no porão da minha alma existe algo morto
e não foi eu quem matei

Tem um monstro de mim
querendo se libertar
Esta prestes a sair
quer assumir o meu lugar

Tenha misericordia de mim oh Eterno
não deixe que ele me domine
e acalme o meu conflito interno
volte logo e me livre desse inferno

domingo, 25 de outubro de 2009

IMACULADA


Imaculada ...
Que rouba a inocência das crianças
minha fé esta abalada
Repudia a sua ganancia
arrogância

A santa inquisição não foi o bastante
criadora de pecadores para o inferno
Seu discurso é desgastante
e ponha fogo em meu conflito eterno

Imaculada
Que tira a pureza e apresenta a maldade
não pagarei mais as vossas indugencias
No céu pode ficar com a minha parte
que paguei com ofertas e penitencias

Nunca gostei de harpa
odeio suas vestes brancas e hipocrisia
Sua bela arquitetura é a única coisa que se salva
os seus discursos me causam azia

Quem pediu para conhecer o bem e o mal
até então o inferno eu não conhecia
Não há mais pureza ou santidade
me corrompeu a sua malícia

Imaculada...
Era pura,santa e virgem
depois de tanta maldade acumulada
se tornou prostituta mãe de maretrizes
Com a sua sensualidade
o profeta e o sacerdote corrompeu
Deixando que todos lhe apaupacem os seios
seu rebolar o mundo enlouqueceu...
Suas filhas nasceram virgens
mas como você nesse caminho se perdeu
Oh imaculada

domingo, 18 de outubro de 2009

COVEIRO


Ninguém fez na sua tumba um memorial
não teve família,a noite sozinho
Pra ninguém nunca fez mal
esperava um gesto de carinho

Na companhia dos mortos
Passa quase todo o tempo
Ajudando a enterrar corpos
sentindo o suave vento

É impressionante
Como cabe uma família inteira no mesmo buraco
depois de um trabalho incessante
descer o caixão no local cavado
O coveiro apura o trabalho
pois tem mais mortos pra ser enterrado

Mãos calejadas
trabalho pesado
Pá e enxada
Agradece a Deus pelos finados
Pois graças a morte tem o seu trabalho
Não tem descanso no feriado
Mas trabalha contente
pois todos os dias morre gente
obres coitados dos indigentes.

Assim segue seus dias
enterrando corpos
separando famílias
Contar ossos
Um passa tempo
um maxilar com dentes tortos
um crânio quase inteiro
Quebra-cabeça com mortos

Uma capelinha
no cemitério
o fim da linha
um caso sério

Já se acostumou com a desgraça alheia
Muitos mortos enterrou
um trabalho que tonteia
Radio,tíbia,úmero
vendo os corpos virados num monturo
Fémur e cara desfigurada
corpos em decomposição na madrugada
conversar com mortos
seu passa-tempo
enterrar corpos
divertimento

Assim segue o coveiro amigo
aguardando o dia em que uma cova será o seu abrigo
sabendo que como todos um dia morreria
Então alguém assumira o seu lugar
Um novo coveiro a trabalhar
Quando esse dia em fim chegar e a morte o chamar
o cemitério continuara ser seu lar
Mais desta vez
num andar de baixo
onde não há paz e nem guerra
A sete palmos da terra
aguardando o juízo eterno
No lugar em que passou a vida
Agora encaixotado e de terno
Passara também a morte
No cemitério.....

A MENININHA QUE AMEI


Enterrei,enterrei!
a menininha que amei

Em cova profunda
com palavras de ofensas na lapide
não fiz ornamentos em sua tumba
e nunca mais de ti terei saudade

Matei,matei!a menininha que amei...
Cavei sua sepultura
pra dar direto no abismo
talvez seja loucura
mas não quero correr risco
Que um dia se levante da cova que cavei
Por isso confesso
Que matei e enterrei

Talvez seja maldade
em terra pura e sem caixão
tive que vingar a crueldade
que ela fez com com meu coração

Com ar de psicopata matei e tirei da minha vida
Com olhar sanguinário de um homicida
friamente como quem mata
matei e enterrei!
a menininha que amei

Tirei da minha vida
arranquei do meu coração
não dei tempo pra despedidas
nem quero recordação

Pra mim ela morreu
e é caixão lacrado
Pra ver se acha outro trouxa como eu
que fique do seu lado

Por isso enterrei
A menininha que amei...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Amor Vampiro




Nada que eu faça
Nada que diga
Mesmo que eu abrisse meu pulso com uma faca
não passaria essa dor que em ser se abriga

Meu amor...
Porque não atendeu o meu pedido
carrego eternamente essa dor
Vagando solitário e perdido
sem fé e sem calor
Com coração ferido
perdi me mantinha vivo
Perdi o seu amor

Saudade...
pela eternidade descobri o seu significado
Fruto do desconhecido e sua maldade
resultado do meu pecado

O instinto falou mais forte
meu amor
Não pude resistir
naquele dia senti forte o seu calor
Separadas pela morte
não consigo mais sorrir

Te amei com toda minha alma
mas o sangue falou mais alto
Arrancando a minha calma

Porque não me ouviu
quando eu disse para correr
Com tristeza você sorriu
mas sabia que iria morrer

Meus lábios nos seus
nossos corpos colados
Suados

O instinto falou mais forte
o cheiro do seu sangue
Profundo fiz os cortes

Deitada em meus braços
Deus o que foi que eu fiz
Te apertei com meus abraços
sei que nunca mais serei feliz
Sua pele branca e sem vida
no nosso amor eu coloquei um fim
Maldição infinita
eterno e infeliz

SEPULTADA PARA SEMPRE


O tempo que lentamente tem passado
ainda não foi o bastante para apagar as lembranças
Todo sentimento por anos sufocados
hoje ainda vive forte e jovem como uma criança

A menininha que amei
matei e enterrei
devo te-la enterrado em terra rasa
Pois novamente ela vem
desenterrando as memórias
com todo o charme que ela tem
ressuscitando nossa história

Mas dessa vez será diferente
serás sepultada para sempre
para minha vida não ira voltar
repudio sua falsa ternura e amor calhente
nunca mais vai me enganar

Estará para sempre morta
sepultada para sempre
suas justificativas não me importa
te enterrarei como indigente

Agora vá...
volte para a cova de onde saiu
todas as lembranças eu vou cremar
as cinzas eu lançarei no mar
e as memórias afogarei no rio

Espero que também me enterre
e esqueça que eu existo
nunca mais por mim espere
para que liberte esse meu coração contrito

Agora me esqueça
pois não faz mais parte do mundo
que a morte lhe aqueça
nesse abismo tréfico e profundo
pois para mim você esta morta
sepultada para sempre

domingo, 20 de setembro de 2009

CALVÁRIO

-Quem me resgatara do meu mundo sombrio?
-Com preço de sangue sua alma comprei.
-Ao pensar nos pregos atravessando a sua carne eu sinto calafrios
-Para te dar a vida a minha eu entreguei

Por alguns momentos pensei ter sido abandonado
Senti os seus mesmos sentimentos
pelos chicotes romanos tive meu corpo esmagado

Dia angustiante...
parecia não ter fim
Meus amigos me observavam bem distantes
todos os olhares eram para mim

Indiferença,dor e revolta
era o sentimento que o povo sentia
Os soldados faziam a escolta
enquanto com raiva eles me batiam,agonia
muita dor e agonia
isso era tudo que eu sentia

-Quem me resgatara do meu mundo sombrio?
-Por sua vida lágrimas de sangue chorei
por sua causa reneguei o meu brio
uma cruz pesada nos ombros carreguei

Para você fui preparar o paraíso
por você de perto conheci o inferno
me entristeci por não ver o seu sorriso
e esse seu terrível vazio interno
no inverno
por sua causa não voltarei
por você derramei o meu sangue
maldito me fiz e os seus pecados carreguei

Fui desprezado pelos meus amigos
no momento em que eu estava angustiado e aflito
até o meu Pai me desamparou
Agora eu olho e te vejo em conflito
solitário e sem abrigo
mas desse calíce que agora você bebe
esse com quem fala também já tomou...

Eu lhe despertarei do seu sonho sombrio
é simples,feche os seus olhos e me de a sua mão
Coma do corpo e beba do sangue
e eu te darei a salvação
vou te poupar do juízo
pois ainda hoje quando os ceifadores chegarem
estarás comigo no paraíso

domingo, 13 de setembro de 2009

Tarde de Mais


Tarde de mais
Para pensar em ser feliz
Tarde de mais
É a vida que me diz

Tarde para sonhar
tarde de mais para esquecer
Tarde para amar
tarde de mais para voltar a crer

Meu inimigo o tempo
Se torna cada vez mais implacavél
esquecer da vida as vezes tento
Me tornando cada vez menos amavél

Tarde de mais para perdoar
tarde para pedir perdão
Tarde de mais para uma canção entoar
tarde para ouvir uma canção

Tarde de mais
não existe recomeço
Tarde de mais
todo esse mal acho que mereço

Tarde de mais para o amor
tarde para dizer te amo
Tudo que sinto é uma profunda e imensa dor
da profundidade do oceano

Tarde para querer viver
tarde de mais para despedidas
Estou prestes a enlouquecer
É tarde demais para sarar as feridas

É tarde de mais para sorrir
tarde para abraçar e me despedir
É tarde de mais
Mas ainda me resta dizer enquanto a tempo
antes de partir
Me perdoa,mas adeus
Chegou minha hora de ir

domingo, 23 de agosto de 2009

INDIGENTE


Eu moro na rua
mas ninguém me vê
Meu teto é a lua
vivo a vossa mercê

Sou velho,sou jovem e sou criança
na calçada perdido
sem fé e sem esperança

Sou a escória da sociedade
tratado como um bicho
retrato da crueldade
O meu almoço esta no lixo
e é disputado junto de cães e ratos
uma lata velha e enferrujada é meu prato
eu cheiro a mijo

Sou eu quem estrago a paisagem
você tem medo de mim
nos seus rios eu defeco nas margens
a minha desgraça não tem fim

A minha cama é de papelão
um jornal meu cobertor
Alguns me chamam de ladrão
seu redentor não foi meu libertador
Palavra amor
na pratica não existe
meu mundo é miseravelmente triste
dos irmãos eu não senti o calor

Quando eu durmo na calçada
ninguém me vê
desvia o olhar e passa por cima
esquecendo que sou como você

Seu mundo sombrio
não se comparam as minhas trevas
Eu te causo calafrios
sou o pecado de Adão e Eva

Já fui menino,fui órfão,fui prostituta
sou o crescimento desenfreado da cidade sem infra estrutura
Sou o bêbado drogado e viciado
como de um verme se compara a minha estatura
Sou soro-positivo condenado
castigado pela sua falta de amor e seu pecado
meu telhado é lua
não tenho família e pelos mês erros tenho pagado
sou apenas mais um morador de rua

sábado, 22 de agosto de 2009

UMA CANÇÃO DE NINAR






Bicho Papão
Devorador de sonhos
sai de cima do telhado
deixa em paz esse sono tristonho
deixa escorrer esse sangue coalhado
deixa fechar esse olhar tão tristonho
Para que descanse esse corpo cansado

Te embalarei em meus braços
agora podes descansar
terá mas uma vez os meus abraços
Ele não vai mais te atormentar

Dorme em paz
um beijo doce te darei
te adornarei com alegria
Uma canção de ninar eu cantarei
aquecerei sua pele fria
Seu lindo corpo eu cobrirei
agora podes descansar

Bicho Papão
devorador de almas
sai d cima do telhado
deixa esse pobre corpo repousar com calma
deixa escorrer esse sangue coalhado
deixa dormir para fugir desse carma
para que possa descansar esse corpo cansado

Agora descanse
por toda eternidade
Feche os olhos para que nenhum mal te alcance
no seu sono puro e sem maldade

Dorme minha querida
com terra fria a cobrirei
Sua pele branca e pálida é tão linda
com ternura eu te maquiarei

Bicho Papão
devorador de sonhos
nos sonhos dela não vai entrar
deixe-a dormir esse sono tristonho
logo com ela eu vou estar

Agora feche os olhos
para sempre podes descansar
Dorme em paz
cantarei para você uma canção de ninar
podes descansar
Ele não vai mais te atormentar

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O FILHO DA LUZ




Infelizmente!!!

O sangue que vira poesia
que mexe com a mente da gente
Enfadado de tanto hipocrisia
sevando um mal inconsciente
fazendo da santa fé uma heresia

Não queria ser Senhor
o abominável fruto do incesto
semeador de dor
Nascido em ano bissexto
motivo de espanto e pavor
relatando toda a desgraça em um texto

A mente obscura
mais negra que a consciência de Judas
Uma alma cansada que busca a cura
o ingénuo que crê em Arruda
meu medo vem com a noite escura
Perdido entre crenças,imagens e Buda
Em busca de carinho
se depara com a lamina cortante da espada
Embriagado pelo vinho
já não crê em contos de fadas
querendo ser envolvido pelo linho
o que tem são trapos e um pouco de nada

Traças,brasas e desgraças
o nimbo para sobre a cabeça
o cego não sabe que pensa
apenas querendo a benção
pra continuar viva sua crença
o bem bate,o mal não pede licença
deixe uma fresta e ele simplesmente entra

Filho da luz
sua beleza e sua gloria o corrompeu
agora carne podre e com pus
percebe o quanto já perdeu
A ganancia que seduz
a própria isca ele mordeu

O beijo que antecede a traição
o assassinato a sangue frio que me deixa sem ação
a noticia ruim vem der repente,assim como para o coração
um enfarte,o vicio da social masturbação
A foto do demónio no encarte,que no cemitério encontra inspiração
o regente do coral e sua fúnebre canção

Filho da luz
Sua existência é o motivo da minha tragédia
querendo fazer d minha vida uma comédia
iludido por anjos e devas
um dia a luz extinguira suas trevas
então terei paz na terra

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

LEMBRANÇAS DE UM ESTUPRO






Minha dor que hoje arranca minha calma

da mesma forma que roubaram minha infância
esse é o meu grande trauma

Em poucas horas,em pouco tempo
tive os meus sonhos desfeitos
vi minha esperança como um espelho sendo quebrada
e os cacos refletiam a minha desgraça
Não foi eu quem errei
mas me sinto envergonhada

Porque não acreditou em mim mamãe
porque foi indiferente a minha dor
e omitiu a minha desgraça
Não sei se voltarei a acreditar no amor
a minha tristeza é profunda e não passa

Lembro-me come se fosse agora
minhas roupas sendo rasgadas
Violência gratuita,vi meus sonhos indo embora
como um animal sem escrúpulos ele me violentava
Aquele que você escolheu para ser seu marido
quem você chamava de amor e de querido
na sua ausência me estuprava

Sentia nojo do meu próprio corpo
quando pensava nas coisas que ele fazia comigo
Aquele porco
tudo que mais queria era vê-lo morto
Eu habitava com o perigo
sentia medo
Dormia com o inimigo
e você mamãe,me virou as costas escolhendo o seu marido
hoje as dores que trago comigo
só eu que sei,sou eu quem sinto
Quantas vezes já tentei acabar com a minha vida
e por fim nessa angustia que me atormenta viva

Meus pesadelos sempre são iguais
a violência, o abuso,o estupro
O sangue inocente os lençóis a manchar
Não tenho mais paz
lembro de você mamãe e aquele cara sem escrúpulos
que me obrigava a chama de pai

hoje tudo que tenho é dor,magoa e ódio profundo
foi transformado em caos o meu mundo
Psicólogos não curam mês trauma de criança
anti-depressivos não trazem de volta a inocência e os sonhos de infância
não destruem essa maldita lembrança
da violência do abuso
lembranças de um estupro

domingo, 9 de agosto de 2009

NECROFILIA






Como pude te amar assim
foi amor a primeira vista
com o seu semblante sorria pra mim

Parecia uma princesa
a pele branca e pálida se destacava
em meio ao roxo dos seus lábios e o branco do seu vestido

Deitada em meio as rosas
dentre as flores da coroa era a mais bela
Naquele vestido parecia noiva
linda,formosa e gélida

Nas tardes febris
recordo-me de sua face
As vestes fúnebres
e a frase ornamentada em sua lapide

Linda,fria,pálida e envolvente
havia paz em seu semblante
mórbido,vazio e indiferente

Quem dera eu fosse quem preparou seu corpo
para esse momento notório
banharia seu corpo nu,lindo e ainda morno
e te entregaria limpa para o seu velório

De todas as defuntas que já viu
estes pobres olhos de coveiro
A morte para mim sorriu
e te desejei com olhar faminto e morteiro

Em meio as lágrimas dos seus entes queridos
no meu pensamento te amava
Maníaco compulsivo soltando gemidos
pensando em você me masturbava

De todos os corpos ocos e sem vida
o seu é o mais belo
De todas as princesas que dormem minha querida
você é a que eu mais desejo e quero

sábado, 8 de agosto de 2009

O BEBADO




Observo
um homem debruçado sobre a mesa
do vicio ele é um servo
Na garrafa que o excita ele vê beleza

A justificativa cega
que serve como apoio para as pernas
cambaleando sobre as pernas
na bebida ele se interna
querendo fazer do corpo uma adega
querendo mascarar uma dor que é interna
e aos poucos parece eterna

Para compreende-lo
tento me colocar em seu lugar
Uma família aflita com medo de perde-lo
esta a esperar

Olho no olho
por dentro uma angustia viva
que o prende em ferrolho
perdendo a perspectiva

Cria ilusões
imagina um mundo melhor
Esquece as imperfeições
mais por dentro esta cada vez pior

Que não faz quando esta são
quando embriagado ele liberta
Sua única diversão
um buteco com a porta aberta

Seu futuro
a sarjeta
até que a garrafa que goteja
a ultima gota de cerveja
que bem mais que uma linda mulher ele deseja

Talvez um dia acabe só
num barraco imundo debruçado sobre o vomito
o olhar dos outros é de nojo,desprezo e dó
quando esta caído no esgoto
comendo o pó
causando desgosto

O bêbado
continua debruçado
esperando por alguém ser carregado
para dentro do seu barraco
assim ele segue o seu caminho
só e embriagado

terça-feira, 4 de agosto de 2009

AMOR QUE REVELA O OCULTO




Olhar distante e parado
me traz lembranças do passado
de um tempo nublado e escuro
Que aos poucos me deixa confuso

Um amor não fingido
quando não é correspondido
despertas sentimentos escondidos
transforma o pacato em bandido
transtorna um coração ferido
e traz das profundezas um monstro submergido

Que até então se mantinha oculto
agora é revelado
um opressor por de traz de um sorriso
Que vivia acorrentado
As diferentes faces da mesma moeda
Uma personalidade oculta em trevas
Que com o coração cheio de maldade se revela
Mostrando que as sombras também é bela

Querendo calar a voz do coração que chamado
derrotado e falido abandonado na lama
Que por amor deixou dinheiro,poder e fama
Agora jas o frio mórbido em uma cama
reconhece que o amor é mau e que engana
E vê coberto de sangue o fim da trama
Pra provar que a vida de quem ama
É simplesmente um drama.

sábado, 1 de agosto de 2009

POTESTADES






Quem são esses que vem reinando onipotentes
mestres do cinismo
com nossas dores são indiferentes

Já acreditam que são poderosos e eternos
me traz ânsia suas caras,casas e carros
Demónios entronizados
engravatados e de terno
porcos imundos e sujos
suditos do desafeto

Potestades e principados
demónios ostís
engomados e engravatados
Poderosos com atitudes infantis

Parlamentares genocidas
comunistas sociopatas
com suas canetas homicidas
os verdadeiros psicopatas

Amantes do dinheiro
Servos de mamon
venderam nossas almas para os estrangeiros
para garantir a exportação

Vossas mãos já estão cansadas
de tanto acenar
Pior que assalto a mão armada
com meus impostos sua filha vai viajar

Demonios sujos
engravatados
colarinho branco
Potestades que habitam em tenro luxo
bem acima dos pobres coitados
cara são suas jóias,relógios e ternos
principados e seu estilo bestial
Que em breve serão consumidos pelo fogo do inferno

MEU HERÓI

Meu herói
da pele morena como o anoitecer
de barba mal feita e cabelos grisalhos
A sua coluna ainda dói
para alivia-lo balsamo nele espalho
ao banha-lo no entardecer

Cadê os seus super-poderes
ao invez de espada um cajado
Nossos corpos são tão senciveis,fracos e podres
lamento poucas vezes te-lo beijado

Meu herói
venceu tantas inimigos
Agora parece estar acabado pelo tempo
confesso que sempre foi meu grande amigo
dos poucos momentos de carinho que ainda me lembro

Seu cheiro forte de homem lutador
suas mãos ásperas e calejadas
sabiam afagar com amor
agora paralisadas mal se mexem

Herói enfermeiro
herói cobrador
herói jardineiro
é também herói agora deitado em uma cama
com soro e com sonda
sofrendo e gemendo

Derrotou vários bandidos
mas não venceu a cachaça
Escravizado pelos vícios
que agora riem de sua desgraça

Meu herói imperfeito
cheio de pecados
tens muitos defeitos
que o torna humano e tão real

Herói de cadeiras de rodas
quantas vezes me carregou nas costas
agora é minha vez de carregar você...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

ESPERANÇA




ESPERANÇA
NO OLHAR INOCENTE DE UMA CRIANÇA
QUE ME TROUXE DE VOLTA A VIDA
A FELICIDADE,QUE COM DIFICULDADE ALCANÇA
O SENTIMENTO QUE DESPERTAS-TE EM MIM NÃO DESCANSA
É UM SENTIMENTO QUE CRAVADO COMO LANÇA
ATRAVESSOU MEU PEITO E MINHA PAZ ARRANCA
AO MESMO TEMPO QUE ME ACALMA
E REPOUSA LEVE MINHA ALMA
AFAGANDO MEUS CABELOS ENQUANTO CANTAS

NOSSA CANÇÃO
QUE OUÇO QUASE TODOS OS DIAS
EMBALASTES EM TOM SUAVE MEU CORAÇÃO
ME TRAZENDO GRANDE ALEGRIA
NOS TRAÇOS DO SEU ROSTO HARMONIA
SOU SEU POETA E VOCÊ É MINHA RAINHA
VOCÊ É O MOTIVO DAS CANÇÕES QUE COMPUS
QUE INUNDASTES MEUS DIAS NUBLADOS DE LUZ
AGRADEÇO SEMPRE AO BOM JESUS
QUE ME MOSTROU DE NOVO O AMOR
E EM UM CAMINHO DE PAZ ME CONDUZ
UNINDO DOIS CORAÇÕES E UMA HISTÓRIA
AO CANSADO CORAÇÃO TROUXE VITÓRIA
POR TER ENCONTRADO O GRANDE AMOR
ENCHENDO MEUS MEUS TRISTES DIAS DE GLÓRIA

PORQUE DEIXEI DE SONHAR






Se me perguntarem o porque deixei de sonhar
A resposta é simples e fácil de explicar
Se me perguntarem porque perdi a fé
porque os sonhos nunca acontecem
e o meu mundo não ficou de pé

Se me perguntarem
nem sei o que falar
o meu silencio será a resposta
porque deixei de acreditar

Os santos me enganaram
os que amo me traíram
aos que me dediquei me desprezaram

Se me perguntarem
porque deixei de sonhar
a resposta é sempre igual
ma fizeram acreditar que a vida é bela
Mas meu mundo cinza e sem aquarela
Não encontrou essa beleza tão singela

Aquela luz no fim do túnel
não é motivo de esperança ou alegria
é um trem desgovernado
destruindo os cacos que sobraria

Mundo falso de utopia
Bem vindo ao meu país das maravilhas
e sonhos desfeitos
Assassinaram minha quimera
e só enxergam os meus defeitos

Amor de faz de conta
mundo maldito de ilusão
é uma gangrena em minha alma
câncer que devora meu coração

Se me perguntarem porque deixei de sonhar e sorrir
Agora quero que se calem
pois por dentro deixei de existir

OH BELA DAMA





Oh
bela dama.
que com com seu suave manto negro,cobre todos os mortais.
Todos se rendem a sua beleza,como a virgem que se entrega quando ama.
Em se ti abrigam os imortais.

E do seu manto surge de repente.
Pequenas pérolas,banhadas de ouro e prata.
Tornando iluminada tua beleza onipotente.
Reluzindo sobre o verde das matas.

Lamento sua beleza ser passageira.
A noite mais linda passou ligeira.
E um astro maior enciumado,despertou para me atormentar.

JARDIM DE FLORES MORTAS

Eu tenho um jardim
que eu mesmo criei
Na entrada coloquei dois Serafins
bela decoração que trabalhei

Eu tenho um jardim...

Com minhas próprias mãos cavei a terra
Enterrei as sementes com o carinho de um coveiro
Que os mortos enterra

Aqui a terra está sempre fofa e fria
nas pequenas covas quem diria
Tem varias espécies de sementes que encontrei
fiz um buraco e as sementes enterrei

Eu tenho um jardim!
mas minhas flores estão mortas
Os botões nunca se abrem
suas pétalas só servem para adubar as hortas
As flores eram lindas
e melhorou depois de mortas...

A estufa é úmida e vazia
a terra está rasa e mexida
de ansiedade as vezes me ataca a azia

Plantei-as com carinho
com o nome dos meus amores
Mas todas morreram pelo caminho
Queria fazer uma coroa de flores

Até hoje não consegui
sem desabrochar elas morreram
eu tenho um jardim
mas todas tentativas pereceram

Jardim da saudade
Em ti habita a solidão
o sol em ti não bate
a noite é grande a escuridão

Eu tenho um jardim
onde o tom é sempre cinza
o inverno permanece o ano inteiro
Tem lapides de mármore a beira de cada canteiro

Meu jardim adormeceu
de tanto me frustrar tranquei as portas
Com os meus sonhos envelheceu
o meu jardim de flores mortas

sábado, 25 de julho de 2009

A FERA





Tranquem suas casas,portas e janelas
escondam suas crianças e suas virgens
Pois escapou a besta fera
Ele arrebentou as correntes e os grilhões que o prendia
As garras afiou
se libertou o monstro que o mundo seduzia

Se escondam!Fujam!
Escapem como puder
pois ele esta faminto
e as vossas vidas ele quer

Ele sente o seu cheiro
de longe ouve a sua silenciosa respiração
Ele chega sorrateiro,conhece os seus medos
pelo ritmo descompassado do seu pobre coração
Monstro mal e traiçoeiro,tem sapatos de algodão

Seus santos de barro não pode livrá-los
troquem esta cruz por um punhal
Pesa a Deus para guarda-los
pois esta fera é infernal

Não olhe naqueles olhos
não o deixe te tocar
é sedutor e vai prendê-los
Com um beijo seu coração ele faz parar

A fera escapou e ninguém pode encontrar
a corrente arrebentou
e a fome quer saciar
Não confiem em estranhos
não convide ninguém para vossas casas
ele não é anjo e nem demónio
e esconde as grandes asas

Cuidado por onde anda
pois escapou a besta-fera
É sorrateiro e não parece um monstro
pois anda na forma de uma coisa bela

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Jardim de flores mortas:o desabroxar do pantano



Eu tenho um jardim
fechado,selado,abandonada e esquecido
Eu tenho um jardim
sepultado com os meus sonhos adormecidos


Foi regado com lagrimas
semeado com ingratidão
Colhido com dores, suor e sangue
de tristeza e decepção

O mau cheiro de longe pode ser sentido
o riacho em pantano se transformou
não existe vida no jardim adormecido
um limbo verde as lapides de marmore contornou

Aroma putrefo esala das sementes apodrecidas
uma presença trefica repousa sobre o jardim
Se alimentando das minhas dores e lembranças esquecidas
quer que eu acredite que chegou o fim

Jardim da saudade
em ti habita a podridão
O sol em ti não bate
e em ti esta meu coração

A necessidade de adaptação da vida
fez com que um milagre acontecesse
Em meio a umidade e folhas caidas
algo fez com que a vida renascesse

Os fungos verdes fizeram desabroxar a vida
um cogumelo de esperança
entre as flores apodrecidas

quinta-feira, 16 de julho de 2009

MAL''AK




Doce anjo
que agora anda errante pelos cantos
eram belos seus enfeites e arranjos
mesmo sendo delicado querubim
tinha a força de um arcanjo
mas agora dorme destilhado vagando entre pastos arados e campos

Lindo era o seu sorriso
se vestia de linho e preciosidades.
sua vaidade fez com que perdesse o juízo
e deixou que em seu coração entrasse a maldade

Eu...
O rejeitado filho da luz
que sempre servi fiel ao lado de Deus
Relato agora a canção que compus
em memória aos guerreiros que se perderam

Lamento
dor e descontentamento
é assim que segue agora seu poeta
relatando a morbidez do pensamento
perdi com o passar do tempo a moral e a ética
a dor morfético
que agora me deixa sem ação
como o beijo anátema que antecede a traição
um beijo meu faz parar seu coração
traz agonia minhas duas companhias
A solidão que me devora
e o frio que congela a minha alma
Que me deixa frustrado
trancado num quarto
de todos me afasto
de medo e enfado

Lembro-me bem da minha primeira e ultima oração

Santo anjo do Senhor
meu zeloso e guardador
se a ti me confiou
pela piedade divina
porque agora me persegue
me atormenta,me abomina
Vê se me esquece
cansei de recitar as suas rimas
suas garras afiadas pelas limas
não causam mais efeitos em minha vida

Agora sigo meus próprios passos
pois seu exercito não mais assusta
sua luz não brilha mais
esse foi o preço da traição
perdeu para sempre a sua paz

Mestre das ilusões
príncipe dos desejos
No inferno queima de confusões
de dor range os dentes e bate o queixo
meu inimigo imortal
não temos face e nem rastro
Desprezo e ódio mortal
Ambicionava ser astro
seus soldados vagueiam perdidos
pelos pastos áridos
destruídos
fracassados
falidos

terça-feira, 14 de julho de 2009

ETERNO





O tempo que modifica todas as coisas
Que transforma homens
Que bem lento vos consome

Como o vento que suave refresca o corpo
O tempo passa
e não deixa marcas no meu rosto

Sempre sozinho e desolado
difícil é receber carinho
Não tenho quem caminhe a eternidade do meu lado

Um dia fechei meus olhos
Quando acordei não me lembrava de nada
esperava preso ao pequeno corpo
longe de ser conto de fadas
O que chamam de vida me prendia com ferrolho

Tudo o que amei hoje é passado
A eternidade é uma cruz traz enfado
Não consigo amar, não consigo ser amado

Grande é o meu poder de sedução
do seu sangue sente sede
Um beijo meu faz parar seu coração
Com um olhar te pego na minha rede

Não conheço o que chamam de vida
Também jamais virei a morte
Para mim não tem fim essa corrida
Sobre mim caiu má sorte

Projétil não me atravessa o crânio
Seus sabres não cortam minha garganta
Não me destrui suas bombas de titânio
com suas laminas meu coração não se arranca

Abandonado pela vida
desprezado pela morte
Carrego na alma esta ferida
sinto no peito pontadas fortes

Sou o filho da luz
que a própria luz abandonou
meu coração ninguém seduz
a escuridão não me adotou

Sigo meu dilema como alguém que já chorou
em lugares remotos
Fico a observar as marcas que o tempo não me deixou

Anjo da noite
sinfonia da morte
Ela vem com vestes preta e uma foice
pronta pra me ceifar com um corte
Mas em mim não causa efeito
não me deram esse direito
de repousar em profundo leito
a sete palmos da terra

A noite sinto fome
e não é a que sente um homem
Sou predador
não sinto dor
nem mesmo o amor

O tempo pra mim não passa
pressa é coisa que não tenho
A eternidade me dá asas
mas de solidão não me contenho

Anjo da noite
imortal e sem carinho
Queria alguém que me fizesse a corte
como um pássaro no ninho
Tudo que eu queria
um abraço na tarde fria
poder envelhecer
morrer
voltar a ser homem

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Psicologia de um derrotado




Enfado e cansaço

não sei porque a vida prossegue

a morte me pegou num laço

e os problemas me perseguem

Fruto de um acidente

é como me sinto

já não sigo sorridente

e sinto o sabor do absinto

dor e lamento

ao invez de flores espinhos

apenas descontentamento

não tenho amor e nem carinho

Não vejo sentido

no que chamam de vida

com fome e falido

A morte é bem vinda

Não deu certo o maldito aborto

motivo de desgosto

já deveria ter nascido morto

Intediosamente sigo os meus dias

marcas de expressão no meu rosto

Minhas tardes tornaram-se frias

Filho do carbono e do amoníaco

agora não tem para onde ir

depressivo hipocondriaco

sem motivo para sorrir

complexo de inferioridade

agressivo psicomaniaco

desequilíbrio mental na puberdade

sofrendo do mal de um cardíaco

Na vida não encontra solução

esperar que a terra caia sobre a madeira

Se vê deitado num caixão

esperando que o corpo vire poeira

devorado pelas larvas da putrefação

domingo, 5 de julho de 2009

PERDÃO






PERDÃO...
POR NÃO TER SIDO O HOMEM PERFEITO.POR TER ME TORNADO COMO ADÃO
E POR TER MILHARES DE DEFEITOS,POIS SEI QUE NÃO FIZ NADA DIREITO
TIVE O LIVRE-ARBÍTRIO QUE FOI O MOTIVO DO MEU FRACASSO
ME AFASTANDO DOS TEUS ÁTRIOS GRAÇAS AO MEU DESCASO
PERDÃO...
POR NÃO TER SIDO O MELHOR FILHO,POR TER FEITO DAS SOMBRAS MEU ABRIGO
NOS SEPARANDO COMO SABUJO DO MILHO
SAINDO COMO O TREM DO TRILHO.DISPERSANDO O VAGÃO
AOS POUCOS PERDI SEU BRILHO
EU TENTEI...
MAS O BEM E O MAL ME DEIXARAM CONFUSO
MEUS MEDOS SOZINHO ENFRENTEI E
SOZINHO TAMBÉM CHOREI
OS FILHOS DA LUZ BRINDAVAM COM OS FILHOS DAS TREVAS
O ODRE ESTAVA CHEIO DE SANGUE E SE EMBRIAGAVAM SOB A LUZ DAS VELAS
ME ILUDI
PELO ENCANTO DAS MERETRIZES
TAMBÉM SEDUZI
TODOS PARECIAM ESTAR FELIZES
ME ILUDI,TALVEZ POR ISSO HOJE EU ESTEJA TRISTE
NÃO DEI VALOR AOS TEUS SONHOS.FIZ DA VIDA UM PESADELO
HOJE SÃO DE LUTO AS CANÇÕES QUE COMPONHO E
TENHO MEDO DE PERDE-LO
VELO COM MEUS OLHOS NÃO CONSIGO
E ESPERANÇA JÁ NÃO TENHO
PERDÃO...
POR TER PLANTADO A SEMENTE ERRADA.POR TER CANSADO DA CAMINHADA
POR TER DERRAMADO SANGUE COM A ESPADA
QUE ME CONFIOU PARA PREGAR JUSTIÇA
AGORA SEI QUE NÃO SOU NADA
O MAESTRO DO MAL RI D MINHA DESGRAÇA
PERDÃO POR TER FALHADO
PERDÃO POR TER OMITIDO
POR TER TE NEGADO
NEGLIGENCIADO
MENTIDO
OFENDIDO
DÊS DO MOMENTO QUE DEIXEI DE SER MENINO
PERDÃO...
POR TER CRESCIDO
POR NÃO SER MAIS SUA CRIANÇA
POR TER PERDIDO A ESPERANÇA
POR TER CRESCIDO EM ARROGÂNCIA
POR TER PERDIDO MINHA INFÂNCIA
POR NÃO TER RESPEITADO OS QUE DORMEM
ME PERDOE...
POR AGORA TER ME TORNADO HOMEM

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Meu arrependimento




Ontem eu chorei
mas foi a ultima lágrima
pois o mar salgado dos meus olhos sequei

Estou arrependido
sim! Agora me arrependo
Por amor eu ter sentido
e pelo ódio me corroendo

Pena que arrependimento não mata
agora estaria repousando sob o pesado acolchoado de terra
teria passado por essa maldita etapa
e pra sempre acabariam minhas guerras

Me arrependo...
por não ter me enforcado com o cordão umbilical
no dia do meu nascimento
Por não ter estravazado
por ter disfarçado
Pela falsa alegria e o sorriso forçado

Me arrependo...
pela mascara no rosto
Para tentar esconder meu desgosto
pela mentira que vive me corrompendo
Por não ter me embriagado pelo mosto
Pelo amor me destruindo
e o ódio me corroendo

Agora acabou...
arrependimento não vai mudar
Meu castelo desabou
o meu amor não vai voltar
Só quero que passe logo
e eu possa descansar












domingo, 28 de junho de 2009

CARNE TREMULA




Carne tremula


corpos suados

como o voo nupcial da libélula

Coração bate acelerado,descompassado


O céu enluarado

serve de teto

Para os apaixonados

Selvagem o amor no ato

em que o vento vira um quarto

Fazemos amor

A suave neblina um cobertor

a noite bela tem cantor

A cigarra que canta sobre a grama,verde pasto


Carne tremula

O movimento frenético dos corpos

Ardente beijo

aumentando o desejo

Contorcionista tortos

Saciam sua fome como quem anseia o ultimo fôlego de vida

Como se fosse uma despedida

Se amam freneticamente

Dois que se tornam um

Pela paixão embriagados como o rum

Cama-Sutra

HormÔnios a flor da pele

suave cheiro leve

Um enigma a cada curva

do prazer que se desfruta

ao provar do amor a fruta


Testosterona e mela nina

a mulher que saiu da menina

Cheia de charme e sedução

Tornou-se grossas as coxas finas

que agora descobrem as minhas mãos

Sacio a minha fome em teus seios

mato minha cede em teus lábios

Assim que a chamei veio

teus olhos brilhavam como raios


Enrolados como caracol

nos amaremos até que saia o sol

esperando o instante sôfrego momento

em que abrimos os olhos

nos amamos intensamente como se fosse a primeira e ultima vez

Com nossa carne tremula..

quinta-feira, 25 de junho de 2009

De onde virá meu socorro



Os céus não ouviram meu clamor

o meu redentor me deu as costas

Estou desesperado e com pavor

pois o céu para mim fechou as portas



Apenas solidão

minha unica companhia

Quando estou só é ela quem me abraça

me acalenta e acaricia



O quarto fechado e escuro

agora se tornou meu mundo

Entre eu e o céu foi criado um muro

sinto que estou caindo num abismo profundo

e não há ninguém que me deu a mão

e me puxe

Apenas a solidão



O meu redentor me virou as costas

nas tardes frias,jogou-me em teus braços óh tristeza

Pois ouço vozes em minha cabeça

eles querem me fazer propostas

Até quando viverei assim

Não impessa a morte de me buscar

ao menos coloque em minha dor um fim



Toda manhã o sol desperta

para satirisar e rir da minha desgraça

Me escondo no meu quarto e a solidão me aperta

me inoja a alegria repudiante que vejo nas praças



Dezembro vermelho

mes amaldiçoado que do calendario tiraria

Quando olho no espelho

vejo que os anos roubaram minha alegria



Fique apenas

eu e minha unica companhia

A solidão que me devora

sinto grande agonia



Os céus não ouviram meu clamor

O meu redentor me deu as costas

Estou desesperado e com dor

pois os céus pra mim fechou as portas

terça-feira, 23 de junho de 2009

FESTA FUNEBRE




Meus tempos de criança
os meus sonhos de infância
que jamais iriam morrer
As brincadeiras de roda e cantiga
os afagos e caricias
A amizade sem malícia
que eu nunca iria esquecer

Hoje faz vinte e cinco anos
que meus sonhos enterraram
Envelheceram e se rasgaram como os panos
as roupinhas e o chiqueirinho de dormir
com o tempo se dissiparam

Adeus sonho encantado
adeus quimera querida
Não teve sepultamento
nem missa de sétimo dia
não ganhou memorial
tão pouco festa de despedida

Acabou...
Aniversario de falecimento
o meu mundo desabou
Lembro-me bem do seu enterro
Só eu chorava
só eu te via
Ninguém ligava
ninguém sentia
E até hoje ninguém sente

Sofro sozinho a sua falta
todos estão ausentes
eu sei que não tem mais volta

Sinto saudades sonho encantado
sinto sua falta quimera querida
Mas está tudo acabado
trago na alma esta ferida

O dia do seu nascimento eu me lembro bem
e da sua morte lembro mais ainda...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O NADA





Não tive retórica.


Sem muita ambição


a infâmia histórica


me deixou sem opção


ventos vastos


em terrenos áridos


secou o pasto


a dor de parto


sensação de enfarto


Preso num quarto


de todos me afasto


de medo e enfado


Frio mórbido na espinha


vasiu e agonia


Como se fosse o fim da linha


solidão minha companhia.


Parado...


como quem espera nada


paralisado


Como quem fita a espada


Construi um castelo e derrubaram


Desligaram meu único elo...


Me derrotaram


meu teto


a brisa e o vento


Afeto...


eu não me lembro


sinto falta


de um argumento


o som da flauta


um instrumento


que traga calma e um sentimento


pra completar a alma e cale o lamento


Solidão..


só quem sente sabe


antes de Eva era Adão


dói como o corte de um sabre


Parado como quem observa nada


a criança que não crê mais em contos de fada


Sonhos que se tornam poeira


e percebe que tudo é uma besteira


Que não crê em amor,somente a dor,o dissabor,não tem calor...


Apenas o fim como quem espera o nada


é sempre assim que a vida se acaba.


O tempo passa.


A flor que murcha.


Tudo se acaba


não há quem fuja.


Assim estou...


Paralisado


Como quem espera nada.