domingo, 25 de outubro de 2009

IMACULADA


Imaculada ...
Que rouba a inocência das crianças
minha fé esta abalada
Repudia a sua ganancia
arrogância

A santa inquisição não foi o bastante
criadora de pecadores para o inferno
Seu discurso é desgastante
e ponha fogo em meu conflito eterno

Imaculada
Que tira a pureza e apresenta a maldade
não pagarei mais as vossas indugencias
No céu pode ficar com a minha parte
que paguei com ofertas e penitencias

Nunca gostei de harpa
odeio suas vestes brancas e hipocrisia
Sua bela arquitetura é a única coisa que se salva
os seus discursos me causam azia

Quem pediu para conhecer o bem e o mal
até então o inferno eu não conhecia
Não há mais pureza ou santidade
me corrompeu a sua malícia

Imaculada...
Era pura,santa e virgem
depois de tanta maldade acumulada
se tornou prostituta mãe de maretrizes
Com a sua sensualidade
o profeta e o sacerdote corrompeu
Deixando que todos lhe apaupacem os seios
seu rebolar o mundo enlouqueceu...
Suas filhas nasceram virgens
mas como você nesse caminho se perdeu
Oh imaculada

domingo, 18 de outubro de 2009

COVEIRO


Ninguém fez na sua tumba um memorial
não teve família,a noite sozinho
Pra ninguém nunca fez mal
esperava um gesto de carinho

Na companhia dos mortos
Passa quase todo o tempo
Ajudando a enterrar corpos
sentindo o suave vento

É impressionante
Como cabe uma família inteira no mesmo buraco
depois de um trabalho incessante
descer o caixão no local cavado
O coveiro apura o trabalho
pois tem mais mortos pra ser enterrado

Mãos calejadas
trabalho pesado
Pá e enxada
Agradece a Deus pelos finados
Pois graças a morte tem o seu trabalho
Não tem descanso no feriado
Mas trabalha contente
pois todos os dias morre gente
obres coitados dos indigentes.

Assim segue seus dias
enterrando corpos
separando famílias
Contar ossos
Um passa tempo
um maxilar com dentes tortos
um crânio quase inteiro
Quebra-cabeça com mortos

Uma capelinha
no cemitério
o fim da linha
um caso sério

Já se acostumou com a desgraça alheia
Muitos mortos enterrou
um trabalho que tonteia
Radio,tíbia,úmero
vendo os corpos virados num monturo
Fémur e cara desfigurada
corpos em decomposição na madrugada
conversar com mortos
seu passa-tempo
enterrar corpos
divertimento

Assim segue o coveiro amigo
aguardando o dia em que uma cova será o seu abrigo
sabendo que como todos um dia morreria
Então alguém assumira o seu lugar
Um novo coveiro a trabalhar
Quando esse dia em fim chegar e a morte o chamar
o cemitério continuara ser seu lar
Mais desta vez
num andar de baixo
onde não há paz e nem guerra
A sete palmos da terra
aguardando o juízo eterno
No lugar em que passou a vida
Agora encaixotado e de terno
Passara também a morte
No cemitério.....

A MENININHA QUE AMEI


Enterrei,enterrei!
a menininha que amei

Em cova profunda
com palavras de ofensas na lapide
não fiz ornamentos em sua tumba
e nunca mais de ti terei saudade

Matei,matei!a menininha que amei...
Cavei sua sepultura
pra dar direto no abismo
talvez seja loucura
mas não quero correr risco
Que um dia se levante da cova que cavei
Por isso confesso
Que matei e enterrei

Talvez seja maldade
em terra pura e sem caixão
tive que vingar a crueldade
que ela fez com com meu coração

Com ar de psicopata matei e tirei da minha vida
Com olhar sanguinário de um homicida
friamente como quem mata
matei e enterrei!
a menininha que amei

Tirei da minha vida
arranquei do meu coração
não dei tempo pra despedidas
nem quero recordação

Pra mim ela morreu
e é caixão lacrado
Pra ver se acha outro trouxa como eu
que fique do seu lado

Por isso enterrei
A menininha que amei...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Amor Vampiro




Nada que eu faça
Nada que diga
Mesmo que eu abrisse meu pulso com uma faca
não passaria essa dor que em ser se abriga

Meu amor...
Porque não atendeu o meu pedido
carrego eternamente essa dor
Vagando solitário e perdido
sem fé e sem calor
Com coração ferido
perdi me mantinha vivo
Perdi o seu amor

Saudade...
pela eternidade descobri o seu significado
Fruto do desconhecido e sua maldade
resultado do meu pecado

O instinto falou mais forte
meu amor
Não pude resistir
naquele dia senti forte o seu calor
Separadas pela morte
não consigo mais sorrir

Te amei com toda minha alma
mas o sangue falou mais alto
Arrancando a minha calma

Porque não me ouviu
quando eu disse para correr
Com tristeza você sorriu
mas sabia que iria morrer

Meus lábios nos seus
nossos corpos colados
Suados

O instinto falou mais forte
o cheiro do seu sangue
Profundo fiz os cortes

Deitada em meus braços
Deus o que foi que eu fiz
Te apertei com meus abraços
sei que nunca mais serei feliz
Sua pele branca e sem vida
no nosso amor eu coloquei um fim
Maldição infinita
eterno e infeliz

SEPULTADA PARA SEMPRE


O tempo que lentamente tem passado
ainda não foi o bastante para apagar as lembranças
Todo sentimento por anos sufocados
hoje ainda vive forte e jovem como uma criança

A menininha que amei
matei e enterrei
devo te-la enterrado em terra rasa
Pois novamente ela vem
desenterrando as memórias
com todo o charme que ela tem
ressuscitando nossa história

Mas dessa vez será diferente
serás sepultada para sempre
para minha vida não ira voltar
repudio sua falsa ternura e amor calhente
nunca mais vai me enganar

Estará para sempre morta
sepultada para sempre
suas justificativas não me importa
te enterrarei como indigente

Agora vá...
volte para a cova de onde saiu
todas as lembranças eu vou cremar
as cinzas eu lançarei no mar
e as memórias afogarei no rio

Espero que também me enterre
e esqueça que eu existo
nunca mais por mim espere
para que liberte esse meu coração contrito

Agora me esqueça
pois não faz mais parte do mundo
que a morte lhe aqueça
nesse abismo tréfico e profundo
pois para mim você esta morta
sepultada para sempre