segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

BELA ADORMECIDA


Todas as noites fico a observar seu sono
lamentando a sua fragilidade
sentindo o calor do seu corpo morno
Toda noite quando o sono vai embora
É a solidão que me faz companhia
e fico contando as horas
para acabar a noite e chegar o dia
Acariciando seu corpo em meu pensamento
tentando adivinhar seu sonho
e esquecer o meu sofrimento
Mas enquanto dorme
é a solidão que me faz companhia
enquanto um fogo interno me consome
Até quando ficaras presa em seu sono?
oh bela adormecida
até quando me deixara acordado?
minha sonolenta querida
Meu corpo ardentemente te chama
mas enquanto repousa sonolenta
é a solidão que me faz companhia
Sei bem o fim da trama
mas uma noite e grande agonia
Bela adormecida
o meu beijo não te desperta
enquanto repousa despreocupada e desapercebida
é a solidão que me abraça, me aperta e me faz companhia.

A FÉNIX VENCIDA


A fénix está vencida

a sua aparência é derrotada

e se demonstra muito abatida


A beleza de quem sempre ressurgia

das cinzas não se levantará

Restou apenas a nostalgia

e o pó para lançar ao mar


Fénix vencida

cabes baixa envelhecida

Quimeras desorientadas não entendem

o que houve com você

Nem as sabias esfinges compreendem

porque queres para sempre desaparecer


As plumas belas sempre em chamas

agora sente a dor de se tornar em nada

moribunda em uma cama


Acabou seu tempo de glória

fénix desiludida

Está no pó como uma escória

A fénix esta vencida

ATRAVÉS DOS SEUS OLHOS


Vejo a sua dor

através dos seus olhos posso sentir

Toda sua solidão e falta de amor

e mesmo assim consegue sorrir


Mundo falso de utopia

maldito mundo de ilusão

Sua existência perdeu o colorido

o cinza fosco encobriu o coração


Cada pequeno passo é um desafio

corredores pequenos tornam se túneis sombrios

a sua dor é profunda e me da calafrios


A barba mal feita

os cabelos estão grandes e grisalhos

Os poucos dentes que lhe resta o sorriso não enfeita

as mãos pesadas aos poucos perdeu os calos


As mãos fortes não afagam mais

seu colo não protege mais

perdeu os movimentos e a sua paz


Vejo a sua dor

através dos seus olhos o tempo é diferente

na cadeira de rodas o tempo não passa

ao olhar o horizonte se sente impotente


Não pode falar

balbuciando enroladas palavras

quer caminhar

Mas os pés tropeçam na estrada


Segure em minhas mãos

vou te ajudar a prosseguir

Pois através dos seus olhos

a sua dor posso sentir