sábado, 8 de agosto de 2009

O BEBADO




Observo
um homem debruçado sobre a mesa
do vicio ele é um servo
Na garrafa que o excita ele vê beleza

A justificativa cega
que serve como apoio para as pernas
cambaleando sobre as pernas
na bebida ele se interna
querendo fazer do corpo uma adega
querendo mascarar uma dor que é interna
e aos poucos parece eterna

Para compreende-lo
tento me colocar em seu lugar
Uma família aflita com medo de perde-lo
esta a esperar

Olho no olho
por dentro uma angustia viva
que o prende em ferrolho
perdendo a perspectiva

Cria ilusões
imagina um mundo melhor
Esquece as imperfeições
mais por dentro esta cada vez pior

Que não faz quando esta são
quando embriagado ele liberta
Sua única diversão
um buteco com a porta aberta

Seu futuro
a sarjeta
até que a garrafa que goteja
a ultima gota de cerveja
que bem mais que uma linda mulher ele deseja

Talvez um dia acabe só
num barraco imundo debruçado sobre o vomito
o olhar dos outros é de nojo,desprezo e dó
quando esta caído no esgoto
comendo o pó
causando desgosto

O bêbado
continua debruçado
esperando por alguém ser carregado
para dentro do seu barraco
assim ele segue o seu caminho
só e embriagado

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