quinta-feira, 18 de junho de 2009

O NADA





Não tive retórica.


Sem muita ambição


a infâmia histórica


me deixou sem opção


ventos vastos


em terrenos áridos


secou o pasto


a dor de parto


sensação de enfarto


Preso num quarto


de todos me afasto


de medo e enfado


Frio mórbido na espinha


vasiu e agonia


Como se fosse o fim da linha


solidão minha companhia.


Parado...


como quem espera nada


paralisado


Como quem fita a espada


Construi um castelo e derrubaram


Desligaram meu único elo...


Me derrotaram


meu teto


a brisa e o vento


Afeto...


eu não me lembro


sinto falta


de um argumento


o som da flauta


um instrumento


que traga calma e um sentimento


pra completar a alma e cale o lamento


Solidão..


só quem sente sabe


antes de Eva era Adão


dói como o corte de um sabre


Parado como quem observa nada


a criança que não crê mais em contos de fada


Sonhos que se tornam poeira


e percebe que tudo é uma besteira


Que não crê em amor,somente a dor,o dissabor,não tem calor...


Apenas o fim como quem espera o nada


é sempre assim que a vida se acaba.


O tempo passa.


A flor que murcha.


Tudo se acaba


não há quem fuja.


Assim estou...


Paralisado


Como quem espera nada.

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