Não tive retórica.
Sem muita ambição
a infâmia histórica
me deixou sem opção
ventos vastos
em terrenos áridos
secou o pasto
a dor de parto
sensação de enfarto
Preso num quarto
de todos me afasto
de medo e enfado
Frio mórbido na espinha
vasiu e agonia
Como se fosse o fim da linha
solidão minha companhia.
Parado...
como quem espera nada
paralisado
Como quem fita a espada
Construi um castelo e derrubaram
Desligaram meu único elo...
Me derrotaram
meu teto
a brisa e o vento
Afeto...
eu não me lembro
sinto falta
de um argumento
o som da flauta
um instrumento
que traga calma e um sentimento
pra completar a alma e cale o lamento
Solidão..
só quem sente sabe
antes de Eva era Adão
dói como o corte de um sabre
Parado como quem observa nada
a criança que não crê mais em contos de fada
Sonhos que se tornam poeira
e percebe que tudo é uma besteira
Que não crê em amor,somente a dor,o dissabor,não tem calor...
Apenas o fim como quem espera o nada
é sempre assim que a vida se acaba.
O tempo passa.
A flor que murcha.
Tudo se acaba
não há quem fuja.
Assim estou...
Paralisado
Como quem espera nada.
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