Carne tremula
domingo, 28 de junho de 2009
CARNE TREMULA
Carne tremula
quinta-feira, 25 de junho de 2009
De onde virá meu socorro
Os céus não ouviram meu clamor
terça-feira, 23 de junho de 2009
FESTA FUNEBRE
Meus tempos de criança
os meus sonhos de infância
que jamais iriam morrer
As brincadeiras de roda e cantiga
os afagos e caricias
A amizade sem malícia
que eu nunca iria esquecer
Hoje faz vinte e cinco anos
que meus sonhos enterraram
Envelheceram e se rasgaram como os panos
as roupinhas e o chiqueirinho de dormir
com o tempo se dissiparam
Adeus sonho encantado
adeus quimera querida
Não teve sepultamento
nem missa de sétimo dia
não ganhou memorial
tão pouco festa de despedida
Acabou...
Aniversario de falecimento
o meu mundo desabou
Lembro-me bem do seu enterro
Só eu chorava
só eu te via
Ninguém ligava
ninguém sentia
E até hoje ninguém sente
Sofro sozinho a sua falta
todos estão ausentes
eu sei que não tem mais volta
Sinto saudades sonho encantado
sinto sua falta quimera querida
Mas está tudo acabado
trago na alma esta ferida
O dia do seu nascimento eu me lembro bem
e da sua morte lembro mais ainda...
quinta-feira, 18 de junho de 2009
O NADA
Não tive retórica.
Sem muita ambição
a infâmia histórica
me deixou sem opção
ventos vastos
em terrenos áridos
secou o pasto
a dor de parto
sensação de enfarto
Preso num quarto
de todos me afasto
de medo e enfado
Frio mórbido na espinha
vasiu e agonia
Como se fosse o fim da linha
solidão minha companhia.
Parado...
como quem espera nada
paralisado
Como quem fita a espada
Construi um castelo e derrubaram
Desligaram meu único elo...
Me derrotaram
meu teto
a brisa e o vento
Afeto...
eu não me lembro
sinto falta
de um argumento
o som da flauta
um instrumento
que traga calma e um sentimento
pra completar a alma e cale o lamento
Solidão..
só quem sente sabe
antes de Eva era Adão
dói como o corte de um sabre
Parado como quem observa nada
a criança que não crê mais em contos de fada
Sonhos que se tornam poeira
e percebe que tudo é uma besteira
Que não crê em amor,somente a dor,o dissabor,não tem calor...
Apenas o fim como quem espera o nada
é sempre assim que a vida se acaba.
O tempo passa.
A flor que murcha.
Tudo se acaba
não há quem fuja.
Assim estou...
Paralisado
Como quem espera nada.
domingo, 14 de junho de 2009
IN MEMORIAM
que guardo em meu peito
minha doce criança
não esqueço o seu jeito
É como se a muito tempo te conhecesse
Me acalma o suave vento
mesmo que te esquecesse
não mudaria o que sinto por dentro
Era de anjo a sua face
seus olhos mostravam o amor
fui pego no seu enlace
Quando partiu deixou a dor
Memórias doces me invadem
fez uma de nossas histórias
lembrou-me sua retórica
Pequena princesa
Uma linda mulher agora seria
Dizem que no fim do túnel sempre há uma luz acesa
mas não imaginava que esse mundo nos separaria
Sinto a dor dos pais de todo o mundo
que perderam a paz e sofrem la no fundo
A dor de alguém querido que se vai
No jardim em que brincava
as brincadeiras de rodas e cantigas
tua presença me acalmava
minha pequena e leal amiga
É difícil definir o vazio e a falta que me faz
Com sua imaginação me fazia sorrir
teu álbum boas recordações me traz
A noite cobrir e contar historias pra dormir
afagar teus cabelos e um beijo singelo
Pra você jamais iria mentir
te jurei eterno amor e afecto
Mas nunca acreditei em historia feliz que dure para sempre
Superar a sua falta já tentei.Foi tudo de repente
aos poucos que me vem em mente
tudo ainda tão recente,presente
Por isso não esqueci
Tarde fria,chovia
Junto a sua febre o meu desespero
nunca iria te deixar sozinha
As belas flores do canteiro
murcharam naquele dia
nosso jardim nunca mais foi o mesmo
Crise de convulsões
só Deus sabe que eu sentia
você era tudo que sobrou da união de dois corações
Agora hipotermia
minha pequena sempre calorosa e quente
Naquele hora estava fria
Minha pequena flor.
se naquele dia houvesse os mesmos recursos,não carregaria comigo hoje essa dor
Teria mudado seu percurso.Mais o curso desta vida
me separou do seu amor
Nunca mais entrei no jardim
as flores murcharam e o rio secou
Uma linda historia e um triste fim
Nada sobrou daquele amor
nada sobrou
Apenas quadros pendurados
e uma recordação a guardar na mente
Suas mãos frias e dedos entrelaçados
sobe as minhas quentes
Conto os dias e as horas para estar ao seu lado
esperando que um dia Estio meus dias nublados
e enterre a dor desse passado
Apenas recordações de uma historia
IN MEMORIAM
sábado, 13 de junho de 2009
MAMÃE!!!!
Mamãe!!!
Queria entender o porque
não queria estragar a sua vida
e muito menos te fazer sofrer
Talvez tivesse razão
Porque perderia a sua vida apenas por uma aventura e emoção
Que depois causaria briga,intriga
melhor foi esconder a barriga
durante toda a sofrida gestação
Não compreendo mamãe porque não me tinha no coração
Prefiro acreditar que foi pela sensibilidade e depressão
Sabe mamãe...
é horrível sensação de tentar respirar
e a cada tentativa ter a terra entrando na boca e narina
faltando-me ar
meu coraçãozinho não podia o sangue bombear
estava fraco meu pulmão
cheio de terra minhas pequenas mãos
e minha face a roxear
Esperava mamãe uma mão delicada que me cobriria
e não um cobertor de terra fria
que com pouca força me mexia,debatia
e aos poucos a terra me invadia
e tudo que eu via era imensa escuridão
Mamãe eu não pedi para nascer
mas já que estava aqui tinha vontade de crescer e de viver
Sentir o sabor do aconchego leite materno
não inocente conhecendo o inferno
enterrado num buraco perto
da casa que era para ser meu teto
eu era feto
não tinha teto
tão pouco afeto.
Não quero acreditar que foi tudo premeditado
Pois aqui na terra não terá descanso
Pela terra o choro afogado
ainda acredito que tenha o seu encanto
Eu era como o lixo hospitalar
envolvido pela placenta e o cordão a me enrolar
indefeso,pelo cordão estava preso
Queria o leite do seu seio e uma mão a me afagar
Mamãe..
Me perdoe por aparecer sem ser convidado
Tudo que eu queria era ser amado
eu não queria a sua vida estragar.
30 mar
cris mell
sexta-feira, 12 de junho de 2009
MÃOS QUE BALANÇAM O BERÇO
Mãos lindas e delicadas
carinhosa e envolvente
Parece ser de conto de fadas
gerou um filho do seu ventre
Mãos que balançam o berço
conta histórias pra dormir
Religiosa e agarrada ao terço
parece um anjo ao sorrir
Acima de qualquer suspeitam
um demónio que esconde a cauda
Tem parte com o capeta
odiava trocar fraudas
As mãos que balançam o berço
diz nunca ter cido levada a sério
Isso me deixa tenso
criar no fundo decasa um cemitério
As mãos que balaçam o berço
foi a mesma que enterrou
mãos delicadas e agarradas ao terço
a maldita assassinou
Marcas de agressão
queimaduras de cigarro e pontas de faca
Após parto depressão
seus argumentos uma piada
As mãos que balançam o berço
que afoga e tira a vida
Muitos te chamam mãe
eu a chamo assassina
MAULIEL
quinta-feira, 11 de junho de 2009
DOCE VERMELHO
ESPELHO
a escuridão dos meus olhos
O docÊ vermelho
no branco dos olhos
Vi...
E não pude acreditei
uma tristeza senti
e sozinho chorei
Vi no espelho
e não pude acreditar
Por dentro eu era o mesmo
mas meu rosto como está?
O eterno e o mortal
lutando dentro de mim
o bem e o mal
querendo ver o meu fim
O filho do caborno e do amÔniaco
que agora ganhou alma e um espirito
Cheio de desejos e vontades
seguindo o livre-arbitrio
tendo o coração corrompido pela maldade
na carne um espinho
sofrendo sozinho
A escuridão presente no olhar
Que revela os meus medos
e um desejo de amar
Me vi no espelho e nao pude acreditar
Duas faces da mesma moeda
Uma personalidade oculta em trevas
Que com coração cheio de revolta se revela
Mostrando que a noite também é bela
Que no escuro do quarto também tem aquarela
Mostrando que o mesmo Deus que criou Adão
também formou as trevas e criou a escuridão
Agora me diz espelho!
Porque lutar contra essa fera que arranha meu coração
Tem algo preso dentro de mim!
Querendo se libertar
Quer trazer pra minha dor um fim
e ficar no meu lugar
Hoje quando olhei no espelho
não consegui acreditar
Tem um monstro dentro de mim
Querendo se libertar.
mauliel
POEMA DA NOITE
sinfonia da morte
A solidão me da açoites
não acredito em sorte
Aberto os meus olhos
vejo somente o breu
Sinto me atado com ferrolhos
o meu sonho envelheceu
Recito poemas na escuridão
de medo que a luz revele o meu sofrimento
acho que vivi a vida em vão
eis o motivo do meu lamento
Poema da noite
da alegria não me lembro
Sinfonia triste
maldito mÊs de dezembro
Tristeza
lamento a dor
não tenho riqueza
não tenho amor
Somente és tu que me inspira
hó noite.Acompanhada de lagrimas e melancolia
ja levaram a minha alegria
então lancem o meu corpo numa grande pira
dai morram de ódio
se afoguem em íra
Lamento não ter tido forças
para amarrar-me a goiabeira
e fazer o meu fim numa frutífera forca
Agora devo enfrentar
mais um ano e essa vida a me matar
São tantas dores que mal consigo respirar
Poema da noite
é assim que desabafo
Sem carinho sem afago
esperando a morte me levar
MAULIEL
INFERNO
Me fala Deus eterno
Qual é o propósito desse mundo de dor
Será que sou como os anjos caidos merecedor desse inferno?
Não vejo o fogo
Mas algo queima em meu peito
em dores fortes me afogo
onde esta o meu direito
onde esta o livre-arbítrio
sinceramente desconheço
Não queria estar aqui
a mim não perguntaram
da minha angustia meu inimigo ri
de mãos e pés atados neste mundo me jogaram
Inferno
Esse mundo é o inferno
que não foi eu quem criei
Ainda louvo Deus por não ser eterno
pois talvez brve desse mundo sairei
MAULIEL
SANTA MARIA AMARGURADA
as vezes tem insonia
e fuma na madrugada
Maria das dores
teve quatro amores
e decepções
Santa Maria
com devoção te amaria
nunca fui bom devoto
nunca fiz romaria
nem salve rainha te dei...
Santa!
Um dia foi virgem
diabetes e vertigens
com dor deu a luz
Nunca pegou um terço
mas sempre estava a beira do berço
Querendo me fazer dormir
dormir para sempre
para poder sorrir
Maria santa
sua vóz me encanta
sempre que canta
fazendo-me dormir
Santa maria amargurada
mãe de deus
não pode ser santa se fuma na madrugada
e eu não sou Deus.
MAULIEL
quarta-feira, 10 de junho de 2009
ABSTRATO
Ontem a noite te vi
se perdia num sorriso
livre como o bem-ti-vi
Felicidade
ontem deitou do meu lado
me fez pensar ser verdade
o meu docÊ anjo alado
Me fez pensar
me fez sorrir
e depois chorar
Por favor!!!
Não me acordem quando eu adormecer
se é dormindo que anestesia a minha dor
se é sonhando que me escondo do pavor
Não me desperte quando o dia amanhecer
Não abram as cortinas
para que o sol não me encomode
e provoque minhas retinas
Ontém descobri
um paraiso longe da realidade
livre como um colibri
longe do mundo e sua maldade
Se essa noite eu adormecer
não me despertem quando o dia amanhecer
Embalsame meu corpo
para que aqui eu não volte mais
Embora pensem que estou morto
só ali existe paz
Deixem que o sono me liberte da agonia dos meus dias
da monótona melancolia
que nesta longa estadia
não me deixa respirar
Ali eu sou protagonista
caçador de emoção
Aqui sou apenas mais um nome na lista
esperando os remédios para depressão
Se está noite eu adormecer
não me despertem quando o dia amanhecer
Pois descobri que a felicidade só existe nos sonhos.
MAULIEL
terça-feira, 9 de junho de 2009
Rios de sangue''Vsão profética''.
soa estrindente as trombetas
mais violento do que as guerras de gangues
emergiu do mar a grande besta
Os céus e o inferno se abrem
para recolher os seus mortos e assistir ao espetaculo
Cambaleando seus soldados sobre o sangue caem
caiu o templo e o cenaculo
A sruas estão vermelhas como escarlate
as calçadas como carmesim
todos apreencivos como o cão que late
chegou o principio do fim
A grande terceira gurra se aproxima
Aqui entre si meu povo faz chacina
tensão e pavor
gritos de horror
intensa é a dor
Carnificina
Dor,choro e ranger de dentes
agora não existe inocentes
O fogo nunca apaga
o bicho nunca morre
Pestilencias e novas pragas
com chagas se consomem
de dor se contorcem
Condenados!
VocÊs estão condenados
Quem deve é cobrado
quem não creu está condenado
Fragelos de guerra
alimemtam os corvos agoreiros
esperando mais corpos sobre a terra
se alimentam dos seus guerreiros
Rios de sangue
anunciam o apocalipse
vidas errantes
A luz é interrompida por um eclipse
Ja faz trÊs dias q sumiste
o sol que iluminava a terra
A morte e o inferno esperam aflitos
o lago de fogo e enxofre que os espera
Aguas vermelhas
enche as ruas
como enxame de abelhas
Pessoas correm nuas
desesperadas
Procuram o fim da vida
deitar-se a espada
mas a morte ja nem liga
Enquanto eu fico a observar
os rios de sangue passar.
MAULIEL