quinta-feira, 26 de abril de 2012

Diário de um vicíado morto



Minha melhor amiga
sempre estava ao meu lado
Quando todos me abandonaram
era você minha companhia

Deus talvez tinha me abandonado
em quartos escuros,frios e úmidos
a solidão era o meu mundo

Nem sei ao certo como te conheci
talvez o desprezo da minha família tenha me atirado em seus braços
quando quis me livrar eles me abraçavam como aço
a vontade de te-la era mais forte
tão forte que dia a dia me arrastava para morte
talvez nem a dor do desprezo fosse tão forte quanto a dor que sinto agora
minha boca esta seca,e não tem ninguém pra refrescar minha língua com uma ponta de dedo molhada na agua

Minha casa quase sempre foi a rua
uma latinha de cola me acalmava sob o olhar da lua
as drogas foi o meu fim

Porque teve que acabar assim
eu pensava que Deus me amava
o desprezo doía
a angustia me sufocava
e em seus braços toda solidão partia

Por sua causa adoeci
meu rosto desfigurou
em pouco tempo emagreci
HIV tuberculose
sozinho esperando a morte
não veio ninguém pra cuidar de mim
e aonde você esta agora???
Deve estar seduzindo outros
como uma jovem prostituta,cheia de lábia e sedução
 sugando pobres almas para o inferno da solidão
condenados para a morte causando a própria destruição

A minha dor em fim acabaria
com uma faca velha de cozinha
alguem do meu próprio sangue de mim se compadeceria
atravessando o meu peito sem piedade
acreditando que assim eu em fim descansaria

Desenganado pelos médicos
meu irmão ouviu o meu apelo
ex-presidiário que me levou a serio
eu pedi que ele me matasse
já sabia que meu fim seria o cemitério
as chamas que me envolve me tortura muito
e cade você agora pra tirar minha dor,pra tirar minha angustia,alimentar minha ilusão
a punhalada foi certeira no meu coração
mas de qualquer forma eu morreria
minha alma aos poucos se definha
aqui Deus não pode ouvir minha oração
Foi as drogas,minha única companhia
que me levou pra condenação

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